E lá atrás, nos fatos que se passaram, eis que surgia o ano novo. Com ele uma bagunça de expectativas nas pessoas. É sempre assim... naquela época todo mundo inventa alguma coisa, do seu jeito mesmo, de pedir. Alguns crêem nas superstições: pular três ondinhas, comer lentilha, uva. Outros preferem ficar em casa com a família, de preferência com roupa branca. E tem gente que quer mesmo festa, aluga uma casa na praia com os amigos e segue o conselho do Mano Brown: “champagne para o alto que é para abrir nossos caminhos”.
Mas o que tem em comum em todos esses tipos de celebrações é que todos pedem. E pedem muito. Planejam pagar as contas, pedem saúde e paz, querem um novo amor, ou força e confiança no relacionamento que se faz presente, um novo emprego, aumento do salário. A lista é sempre grande. Nesse dia, quase todas as pessoas esquecem de agradecer, afinal queremos mais para o futuro.O passado já passou mesmo, né?
Enfim, chega o verão. A estação da alegria no rosto, da noite com malícia, da festa cheia de gente, da praia, do mar, do sol, da cerveja gelada, da viagem, dos dias mais longos, do chimas na tardinha, da rede no pátio, do peixe na grelha, dos amores de estações, das histórias mais hilárias que seguem até... o carnaval. Fevereiro e março, momento de soltar as amarras, de aproveitar, de fazer festa ou só descansar. Ou esse pode ser um momento de se preparar para o “ano” que vai iniciar. Também é tempo de se despedir do verão e das suas inúmeras qualidades.
E ai prepare-se, pois começa tudo de novo. O namoro acaba, o aumentoque você queria não veio, mas você pelo menos está bem de saúde. Ninguém mais lembra o que pediu no dia 31. E nem sempre o que se pediu aconteceu. Mas lá esta você estudando, trabalhando ou aposentado, cheio de coisas pra fazer ou com um tédio inexplicável. Pelo menos, o coração ta batendo e você vive.
Eis que chega então julho, a metade do ano. E com ele (agora falo por mim) meu aniversário. Se todos refletem no ano novo, eu penso bem mais no 4 de julho. A verdade é que nunca gostei de completar mais um ano bem no inverno, com frio. Mas sempre, independente da estação, é um momento de felicidade. Para mim em particular é também a hora de analisar tudo. Se a vida parece um ciclo que, por sua vez, se repete inúmeras vezes, o aniversário tinha que estar presente.
Se eu for parar pra pensar, algumas pessoas sempre estão comigo no meu niver. Outras surgiram há pouco tempo. Apesar da vida, no geral, se repetir, algumas coisas se modificam. Talvez hoje eu não queira fazer o que fiz no ano passado. Talvez não tenha muito contato com alguém que eu tinha em 2010, ou mais longe, em 2000. Depois do frio julho, chega a primavera e o corpo começa a reagir com a proximidade do verão, do calor e claro, do final do ano outra vez..
E, olhando pra trás, vejo que conquistei muita coisa no ano que se passou. No réveillon passado não pedi nada. Só agradeci. Coincidência ou não, a vida ficou repleta de felicidade e paz.Nesse último, além de agradecer, resolvi ousar um pouquinho e pedi sim. Pedi aos céus, a Deus, a algum profeta, a quem está lá em cima ou dentro de mim, que nesse ano, que parece ser de muitos desafios, que eu tenha força suficiente para seguir sozinha e que meu coração se complete de paz. Nada de novos romances, trabalho novo, aquela viagem sonhada. Não. Resolvi que as coisas tem que acontecer ao natural, portanto, pedi somente o necessário...
Nesse 2011, que chega de mansinho, vou contrariar o ciclo..Os momentos quase inevitáveis que ocorrem nos 365 dias de um ano vão chegar, mas eu vou fazer tudo diferente do que fiz nos meus 21 anos de vida. Por um ano de muito sucesso e coisa boa. Assim, espero que venha o carnaval, o inverno, o meu aniversário, a primavera, depois ansiosa para a chegada do verão, para chegarmos lá, no dia 31 de dezembro e, finalmente, tudo começar outra vez.
Então um brinde à vida nova no ano novo! Que os desafios cheguem e as expectativas se cumpram todas em seu tempo, quando tiver de acontecer. E que quando olhar pra trás, faça um balanço de que aquela amizade que começou lá em 2007 permanece - independente de distâncias ou lugares. Uma vez tu escreveu o seguinte pra mim (e que agora repito aqui): "Torço por ti, aqui, ou lá..."
ResponderExcluirBeijo grande jornalista :) te amo
Maitê