Todos os anos eu tento escrever alguma coisa no período que antecede meu aniversário. Contrariando o hábito e, talvez ,fortalecendo a ideia do '2012' esse ano não escrevi absolutamente nada. Talvez se eu tivesse pensado em colocar em frases meus devaneios sobre essa data duas semanas antes do dia em que completei 23 anos de vida, o texto seria só alegrias e agradecimento. Tem como reclamar de um ano desses? Jamais. Costumava dizer que esse era diferente, estava sendo especial por tantos motivos. E por nenhum também. Porque quanto mais temos motivos para ser feliz, mais nos frustramos quando eles passam. Mas deixei de lado a escritura, deixei pra depois, o que jamais faço, e acabei encontrando só agora um momento para refletir sobre o então atual momento. Não preciso entrar em detalhes sobre o que realmente me aconteceu e o quanto isso me afetou. Chorei, fiquei indignada, sofri e só depois usei das horas e dias em solitude para tentar entender o "porque" e, mesmo assim, fiquei sem compreender.
Hoje, vinte e um dias depois, ainda me lembro exatamente daquele inicio de noite dramático. Arrisco dizer, nessa minha tão alegre vida, que esse é o maior problema que enfrente e, mesmo assim, tão pequeno. Estava em uma fase de aprendizados, de introspecção, de amor a vida. Como poderia uma coisa dessas acontecer? Eu que sempre defendi que a vida nos dá o que damos pra ela, me senti injustiçada ao ver que ela não estava retribuindo com o que eu tinha lhe oferecido: amor. Então, como pode?
Custei e ainda custo a entender, mas algumas respostas encontrei. Não foi preciso recorrer a livros, nem religiosos, nem médicos, nem mesmo a natureza. Foi necessário (e ainda vai ser) mergulhar no mais fundo que eu possa chegar do meu ser porque a única resposta que tive até agora é que o que pretendo descobrir esta aqui ,dentro de mim.
Se em 2011 passava o dia do meu aniversário fazendo mudança de apartamento em Porto Alegre, recheada e absorvida por tantas esperanças, 2012 foi dia de alta do hospital e, porque não, cheia de esperanças. A vida é meio doida. Como entender? Porque entender?
Acredito mais do que nunca, que poucas são as pessoas que passam por coisas assim na vida, mas que se ganharam esse fardo é porque poderiam carregar. Não posso ser hipócrita a ponto de dizer que estou na mais pura felicidade, mas , de certa forma, me sinto iluminada por receber uma missão tão grandiosa para superar. Tenho certeza que ao final de tudo isso, estarei ainda mais madura e consciente de mim.
Sabe, sonho com pequenas coisas, como levantar da cama com os dois pés, dançar uma música, tomar banho em pé, andar pelas ruas, de entrar no mar... (da endorfina e do sexo também, pq não?! hehe). Coisas tão básicas, mas que acabamos esquecendo de valorizar durante os corridos e nostálgicos dias. Contudo isso, com tantos anseios e vontades ainda aprisionadas pela impossibilidade de realizá-los, sei que é preciso, antes de tudo, me encontrar.
É isso que tenho e vou buscar nesse meu período off. Como Cartola, esse que sempre me faz companhia em momentos de lágrimas e sorrisos, "vou por aí a procurar, rir pra não chorar." E segue...
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar..."
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