terça-feira, 7 de setembro de 2010

Não sou uma crítica de cinema e o jornalismo cultural também nunca foi meu forte, apesar de amar livros, poesias, teatro e música. Enfim, tudo que envolve a ARTE. Porém, ontem assisti a um filme que há muito tempo não gostava tanto. Desse jeito, não podia deixar de vir aqui comentá-lo. O diretor dispensa mais detalhes: Tarantino
Maluco sim, mas genial. Sabe nos prender o filme inteiro com cenas absurdas, mas muito bem feitas. Enquanto assistimos ao longa ficamos impressionados, estagnados e perplexos com tamanha genialidade com que ele monta e emaranha a película. Mas o que mais me impressionou e que me faz admirar tanto o Tarantino é/foi  a maneira com que ele nos mostra as diversas sensações das nossas vidas.
Quem é fumante, por mais que saiba dos malefícios do vício, entende a sensação de tragar um cigarro. No filme ele nos apresenta isso, assim como tantas outras sensações.Colocar um som e mexer com o corpo de forma tão sútil e natural, os enlaces de um beijo cheio de astúcia e desejo, o trajeto do álcool a partir da boca até o sangue, etc...Os personagens sentem e os expectadores conseguem receber isso a cada cena. Assim como deitar-se no carro com os pés pra fora da janela e sentir o vento acariciando cada ponta de cada dedo e deslizando pela sola suavemente...
Acho que está aí  o diferencial do Tarantino. Os seus enquadramentos permitem com que a gente enxergue e sinta o filme de outra forma, por outras perspectivas. Ele nos envolve, nos enlaça...

Tarantino também foge dos clichês americanos. Aliás, creio que da maioria deles. Não se prende a pré-conceitos e foge dos roteiros comuns nos filmes hollywoodianos. Ele também deixa algumas de suas assinaturas típicas, como, por exemplo, o fetiche dos pés e a sua visão da mulher guerreira..A proposta tarantinesca era fazer um verdadeiro filme Grindhouse e creio que ele conseguiu.Grindhouse, pra quem não sabe, foi um projeto de 2007 feito em parceria entre os amigos Quetin Tarantino e Robert Rodriguez, uma homenagem aos filmes sexploitation que eram exibidos em sessões-dupla nos drive-ins. Esse subgênero B, recorrente dos anos 70, investia na violência tosca, no sexo sem propósito, em efeitos ruins e em histórias pouco elaboradas que permitissem a exploração excessiva dos dois itens anteriores, sempre produzidos com orçamentos baixos e por talentos questionáveis.
Para quem não dá  nada a investida de Tarantino, tenho certeza que vai se surpreender. Se bem que filmes, músicas e arte em geral são muito pessoais e subjetivos.
Enfim, "A prova de morte" é genial. Assistam que vale muito a pena!
http://www.youtube.com/watch?v=WhpfoRj32EQ

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