quarta-feira, 14 de julho de 2010


Fico horrorizada ao ver como o mundo tem encarado o amor e as relações. é algo inexplicavel.. Uma coisa, ou melhor, um sentimento que deveria ser tão bonito e tão saudavel, está aí de uma forma tão doentia.
É claro que o que me motiva a escrever isso são os casos de horror que são estampados na televisão e nos jornais. Como alguém pode matar por amor? Como que o ciúmes de alguém pode fazer essa pessoa acabar com a vida da outra, simplesmente por não aceitar o fim de um relacionamento e por não querer ver a ex namorada com outro?
É terrível pensar, mas a sociedade está doente.
As pessoas, ao meu ver, criaram um conceito e uma prática errônea dos relacionamentos entre homem e mulher. Algo dependente, possessivo, envolvido por uma grossa camada de ciúmes, por vezes violento e para mim, inaceitável.
Acho que todos nós desconhecemos, na totalidade, o que é o amor.Amor que digo entre homem e mulher e não pelos pais.
O amor que só liberta, que só sente, que não prende, que se doa a cada instante. Amor é soma e não o ato de se completar. Quando alguém diz que "se completa com outra pessoa" deve então se sentir mal, pois esse algúem é incompleto, incapaz de viver sozinho. E convenhamos, ninguém é dependente de ninguém!
O bonito, que me deixa maravilhada, é essa soma, o somar, multiplicar.. A doação, sem esperar nada em troca. Quem ama e cobra amor, não ama.
E o ciúmes? O ciúmes é a doença das relações. Não vejo algo que vá pra frente com esse sentimento ao lado... Isso corrói, destróe aos poucos as duas partes.
Osho já diz que :

"O Amor não deveria ser exigente,
senão, ele perde as asas e não pode voar;
torna-se enraizado na terra e fica muito mundano.
Então ele é sensualidade e traz grande infelicidade e sofrimento.
O amor não deveria ser condicional, nada se deveria esperar dele.
ele deveria estar presente, por estar presente, e não por alguma recompensa, e não por algum resultado.
Se houver algum motivo nele, novamente seu amor não poderá se tornar o céu. Ele está confinado ao motivo;o motivo se torna sua definição, sua froteira.
Um amor não motivado não tem fronteiras:
É a fragância do coração."

Mas o que faz com que as relações sejam assim(falo na maioria e não na totalidade) ?
Seria mesmo uma inversão de valores?Seria o dinheiro? Seria a doença social? O que seria?
Sinceramente, não sei. Talvez um pouco de tudo. Como podemos amar alguem, se muitas vezes não amamos a nós mesmos? E se não amamos á nós, como vamos amar o próximo?
Vejo isso como fundamental. Se não soubermos o que é amor, que pelo menos, gostemos, ou apaixonemos, mas que de qualquer maneira, plantemos algo de bom no coração.
Mas estamos cheios, cheios por dentro. Como vamos absorver?
Esse papo surgiu em poa, no find do meu aniversário. Conversando com o Guilherme sobre essas coisas surgiu algo como:
"Somos como esponjas molhadas. Elas, por estarem molhadas, não absorvem mais água. Tinham de estar secas para absorver. Assim somos nós. Estamos tão cheios de coisas dentro de nós, que não absorvemos . Precisamos limpar, esvaziar, para assim poder absorver."
Osho também diz no livro "Conversas com pessoas notáveis" que nosso corpo é que nem uma casa, uma sala ou um quarto. Encontramos ele vazio e durante a vida tratamos de encher , sempre com alguma coisa, com móveis, com mais tralhas e mais coisas.. assim quando olhamos em volta, temos pouco espaço. Mas não foi o espaço que diminui, foi a gente que tratou de encher demais.
Por isso que é bom reciclar a gente de vez em quando...
Para só assim absorver, AMOR..mas também bondade, fraternidade, afeto, caridade, bem-aventurança..
É indignante que em temos como esses, nessa nova era, onde as pessoas , cada vez mais, têm procurado novos valores, novos caminhos, tanto espirituais, quanto religiosos, quanto de praticas mesmo, onde nunca foi tão discutido e debatido sobre ioga, vegetarianismo, equilibrio, budismo, entre outras coisas, que se veja uma sociedade tão doente , tão necessitada de amor verdadeiro.
Enquanto as pessoas acharem que estão certas, amando assim, de uma hora pra outra, quebrando toda a beleza desse sentimento e dessa palavra, que brilha por si só, enquanto as pessoas aprisionarem seus companheiros, matarem as pessoas com quem vivem (matarem no sentido amplo da palavra, matar sua liberdade, por exemplo)viveremos vendo o que observamos nos noticiarios. Pense nisso, o amor pode ser MUITO mais..

Aí vai mais do OSHO, sempre brindando-nos com sábias palavras.

"
Relacionamento: Amor e Liberdade
- OSHO -

Primeiro Seja -
Relacionar-se é uma das maiores coisas da vida: é amar, compartilhar. Para amar é preciso transbordar de amor e para compartilhar é preciso ter (amor). Quem se relaciona respeita e não possui. A liberdade do outro não é invadida, ele permanece independente. Possuir é destruir todas as possibilidades de se relacionar. Relacionar é um processo. Relacionamento é diferente de relacionar-se: é completo, fixo, morto. Antes devemos nos relacionar conosco mesmos e escutar o coração para a vida ir além do intelecto, da lógica, da dialética e das discriminações. É bom evitar substantivos e enfatizar os verbos. A vida é feita de verbos: amar, cantar, dançar, relacionar, viver.

O Outro Dentro de Você - Nada machuca mais do que quando um sonho é esmagado, uma esperança morre, o futuro se torna escuro. A frustração representa uma parte muito valiosa no crescimento espiritual. A nova psicologia está baseada nas experiências da escola mais antiga, tantra. Qualquer um que seja dependente de alguém, odeia essa pessoa.

Ciúme - Quando há atração sexual e o ciúme entra é porque não há amor. Há medo, porque o sexo é uma exploração. O medo se torna ciúme. Não se pode amar alguém não-livre, pois o amor só existe se dado livremente, quando não é exigido, forçado e tomado. Quanto mais controlamos, mais "matamos" o outro. As causas do ciúme estão dentro de nós; fora estão só as desculpas. O amor não pode ser ciumento. Ele é sempre confiante. Confiança não pode ser forçada. Se ela existir, segue-se por ela. Senão, é melhor separar, para evitar danos e destruição e poder amar outra pessoa. Quando amamos alguém, confiamos que não quererá outro. Se quiser, não há amor e nada pode ser feito. Só através do outro tornamo-nos conscientes de nosso próprio ser. Só num profundo relacionar-se o amor de alguém ressoa e mostra sua profundidade: assim nos descobrimos. Outra forma de autodescoberta, sem o outro, é a meditação. Só há dois caminhos para chegar ao divino: meditação e amor.

Do Sexo ao Samadi -
Só temos uma energia que, no mais baixo, é sexual. Refinada, transforma-se pela alquimia da meditação e torna-se amor ou oração. O sexo é o fenômeno mais importante da vida. É natural, não exige preocupação. Repressão é esconder energias impedindo sua manifestação e transformação. Até hoje nenhuma sociedade encarou o sexo naturalmente. O sexo revela que somos dependentes. As pessoas egoístas são contra o sexo (?) Nele sempre há o risco de rejeição. Nele nos tornamos animais, porque naturais. Quando aceitamos o passado, o futuro se torna uma abertura. O tantra usa o ato sexual rumo à integridade, se nos movermos nele meditativamente, sem controle, com loucura, sem tempo, sem ego, naturalmente. Tantra é um longo caminho do sexo ao samadi. Samadi é o supremo gol; sexo é só o primeiro passe. Uma pessoa se torna Buda quando o sexo é transformado em Samadi. É bom mover-se no sexo, mas permanecer observador. A meditação é a experiência do sexo sem sexo. O sexo é um fim em si mesmo e no presente. Sem amor o ato sexual é apressado. Sem pressa, estando no presente, caminha-se para a comunhão, a entrega, a espiritualidade, o relaxamento, o fluir, a fusão, o êxtase, o Samadi. Não há necessidade de ejaculação. Quanto mais observamos, mais nossos olhos são capazes de ver, mais são perceptivos. "O homem e a mulher são dois polos diferentes, o polo positivo e negativo da energia. Seu encontro provoca um circuito e produz um tipo de eletricidade. O conhecimento dessa eletricidade é possível se o período de cópula puder ser mantido por um período mais longo. Então uma alta carga, produzindo uma auréola de eletricidade evoluirá por si mesma. Se as correntes dos corpos estiverem num abraço total e completo, pode-se até mesmo ver um lampejo de luz na escuridão.

Amor Verdadeiro -
Quando há dependência não há maturidade nem amor, há necessidade. Usa-se o outro, o que é desamoroso. Ninguém gosta de ser dependente, porque a dependência mata a liberdade. Os homens sempre querem mulheres que sejam "menos" do que eles. A maturidade vem com o amor e acaba com a necessidade. Amor é luxo, abundância. É ter tantas canções no coração, que é preciso cantá-las, não importando se há quem ouça. Quando somos autênticos, temos a aura do amor. Quando não, pedimos amor aos outros. Quem se apaixona não tem amor e, assim, não pode dar. Quem é maduro não cai de amor, mas se eleva nele. Duas pessoas maduras que se amam, ajudam-se a se tornarem mais livres. Liberdade, moksha, é um valor mais elevado que o amor. Por isso é que o amor não vale a pena se a destruir.

Uma Nova Dimensão de Amor - O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós. Todo caso de amor é um novo nascimento. O ego é como a escuridão, mas quando chega a luz do amor, a escuridão se vai. As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso e não pelo confortável, conveniente e burguês. O amor nos tira do ego, do passado e do padrão e por isso parece confusão. Ficar louco de vez em quando é necessidade básica para permanecer são. Quando a loucura é consciente, pode-se voltar. Todos os místicos são loucos. O amor é alquimia porque primeiro tira o ego e depois dá o centro. Amar é difícil, mas receber amor é quase impossível, porque a transformação é maior e o ego desaparece. É o anseio pelo divino que impede que qualquer relacionamento satisfaça. As pessoas mais criativas são as mais insatisfeitas porque sabem que muito mais é possível e não está acontecendo. Amor 1: é orientado a um objeto. Amor 2: ele transborda, não é orientado por um objeto. É uma amizade que enriquece a alma. Amor 3: sujeito e objeto desaparecem: a pessoa é amor.

AMAR..

ALOHA ;)