terça-feira, 31 de agosto de 2010

A amizade

Bom. A tempos venho sentido vontade de escrever, mas nada me motivava e também não me dava motivos para isso. Hoje, voltando da aula percebi uma coisa, nós, enquanto seres que procuram viver em sociedade, nos tornamos dependentes de certas coisas que de fato não deveriam fazer parte do nosso ról de prioridades fraternas.

Amizade, palavra essa que muitos talham como sentido único da existência, cooperação e genuína falsidade de bem estar. Pra que cultivar e pensar em amizades eternas e inabaláveis se quando se precisa não há uma só alma que nos ajude. Amizades vem e vão com a facilidade com que chegam, tão somente pensasse que ela nunca acaba, que será sempre eterna e que ambos ou mesmo o grupo estarão sempre ali, uns para os outros, para qualquer momento que se faça necessário.

Cansei de verdade, venho há tempos escutando lamúrias, reclamações, desabafos, por ai enfim. Não existe como ser apenas receptor de dessas energias que desgastam o corpo e a mente. Não digo que quero viver isolado de tudo e todos, apenas que cansei de ser um receptor de lamentos alheio. Vivo e continuarei a viver em sociedade, mantendo vínculos, pois, faz-se necessário, até porque amizade também nada mais é do que um jogo de interesses, que enquanto seguem paralelos a amizade é boa, quando passam a retroagirem um com o outro tornasse apenas um laço afetivo sem fins.

Assim como, relacionamentos amorosos também, apenas jogo de interesses, tudo na vida é jogo. Joga-se aqui, ali, joga-se fora e joga-se dentro, é jogo, aprender a viver esse jogo é literalmente usar da -Arte da Guerra ( Sun Tzu)- por em prática o que na teoria ele ensina. Dizia Lênin: "Dar um passo atrás para depois, dar dois à frente." Não usarei mais da hipocrisia que nos circunda para firmar laços, não farei mais questão. A questão agora é: cuidar de mim.

Existir e coexistir em coletividade ou em pseudo-coletividade, é simples e puramente inteligível que se viva no meio de um jogo de interesses.

Ser assim, sou assim. Não me reprima, ou reprima, o critério quem adota é o julgador que se vê ao longe. Situação engraçada não é?!

Sutilmente "gerundiando"


Nossa vida é assim mesmo, acredite! Estamos sempre presos aos verbos. Afinal, são eles que movimentam nosso dia-a-dia. Ou melhor,são eles que dão ação, fazem parte e constroem novas coisas.Assim, nada melhor que usá-los para explicar nossa existência.
Começamos nascendo e logo que abrimos os olhos, estamos sujeitos a finalmente estarmos vivendo. Dessa forma, vamos acordando , respirando e nos acostumando com o âmbiente novo que se apresenta a partir daquele momento.Vamos crescendo, sempre com alguém nos cuidando e nos orientando.De uma maneira quase invisivel, o tempo vai passando e passando até nos tornarmos maiores e capazes de notar o mundo de outras maneiras.Queremos construir, mas acima de tudo, creio que vamos esperando de mais de todas as fases de nossa vida. 
Quando temos 14 anos, não queremos muito mais do que fazer 15.Assim, nos mantemos anciosos e esperando para que isso aconteça logo. Desse jeito, meio sem jeito, as coisas vão surgindo. Já com 15, ficamos ali aguardando os 18. Queremos dirigir, votar, festiar e, por que não, amar? É um irônia. Somos capazes de amar em todos os momentos de nossa, simples, tão simples, vida. Mas as expectativas, essas sim, vão se renovando a cada instante. São sempre novas, diferentes, existentes, impulsionantes. Com 18, talvez nem seja tão importante o que queriamos com 15 anos. Pois, estamos amadurecendo, crescendo, nos ambientando com o inicio da vida adulta.Talvez o mais importante: estamos aprendendo com o caminho que vamos trilhando. Chegar aos 20, nem sempre é o que mais esperamos. O que ambicionamos mesmo é entrar na faculdade e ir conquistando nosso caminho profissional. 
E se engana quem pensa que as expectativas acabam por ai. Não! Elas nunca findam...Como se não bastasse, queremos já na faculdade, nos tornar os melhores. Vamos nos destacando, mas aquilo não é o suficiente. Queremos nos formar, queremos nos especializar, queremos nos aprofundar, queremos, queremos...
..Até que chega ao fim a vida acadêmica e aí procuramos alguém. Alguém para dividir nossas coisas.Alguns têm a sorte, ou o azar, de encontrar uma pessoa já na faculdade. Numa troca de atividades, por vezes amando, por outras estudando. Dessa forma, alguns querem é ir casando, procriando, formando família, comprando casa, adquirindo carro, cachorro... etc.
Vamos indo, indo e enfim conseguimos tudo isso. Mas não esqueçam que somos seres humanos. Queremos sempre mais, esperamos muito mais. E claro, vivemos em conto sem fadas e principes. Nada é tão fácil assim. Mas essas são expectativas fáceis, simples, e tão comum entre tantos. Ter um diploma em mãos, uma especialização, um emprego, uma familia é um sonho meio banal, mas existe. Então, talvez, agora seja a hora de pensar naquele(s) que saiu de ti, no(s) filho(s). Vamos então protegendo, criando e esperando deles também, assim como fazíamos com a gente. Porque para muitos, a vida é esperar sempre.Se não é de ti é dos outros que o cercam. Desse jeito as vezes vamos esquecendo a melhor parte da vida. Mas é tão natural esperar né? Esperar pelo outro dia, pela proxima festa, pelo conforto na hora certa, pela carona amanhã, pelo beijo mais ardente... e por tantas e tantas outras coisas que compõe nossos dias.
Sutilmente, os dias vão passando... e quase que nem vemos. Ou, fingimos não ver.
O ciclo não acaba, é assim. Como que eu vou dizer para alguém deixar de esperar? Quem sou para falar a uma pessoa que deixe de acreditar e aguardar sempre a próxima parte existencial.É como dizer a um jogador de video game para se concentrar apenas nessa fase e não esperar pela seguinte. 
Ou melhor, é como bater um papo com a gramática e dizê-la para apagar os verbos das frases.Mas e aí, para onde iriam os objetos diretos e indiretos? E as preposições? O que seriam das orações? Ah, muito sem graça.O melhor mesmo é seguir assim,sutilmente gerundiando.


quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Acordei com uma vontade imensa de escrever, colocar um monte de coisas pra fora.. Mas como diz a música do John Mayer : "Eu não posso explicar como me sinto por dentro".
Meio melancólica, meio triste, meio sei lá. Sabe aqueles dias em que a gente não consegue entender qual sentimento se faz presente no coração?
Ontem senti como se houvesse uma conspiração contra mim, uma armadilha do destino para que algumas coisas não acontecessem. Mas será que se eu juntasse todas as minhas forças e vontades eu conseguiria mudar meu destino?
Os deixo hoje com uma música do John Mayer, este que ouço nessa manhã de quinta feira..Talvez um dia eu explique o que acontece cmg.

John Mayer - Without you

"Faz tanto tempo
desde que eu te vi.
E eu tenho saudades do seu sorriso
e do seu rosto,
Porque você não tem estado por perto..

Faz tanto tempo
desde que eu vi você
E eu tenho saudades do cheiro da sua pele e de seu cabelo
e o jeito que você realmente se importava
comigo.
(...)

Eu não posso explicar
Como me sinto por dentro
Toda a hora que eu tento te falar
Minhas palavras sempre faltam
Mas mostrando o que você significa
para mim..

Eu nao posso explicar
Como me sinto por dentro
O jeito que você me fascina
e como você me hipnotiza
com seus olhos,
com seus olhos."

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Retalhos de uma década...



Chegamos finalmente no fim de um ciclo. Pelo menos é o que todos os gremistas esperam. Uma década onde o muito do "todo" deu errado. O último título? Em 2001. E lá meus amigos, já se vão 9 anos..
O mesmo Grêmio que nas décadas de 80 e 90 dava alegria e principalmente, títulos aos seus torcedores, hoje não passa de um mero expectador do seu maior rival.
Posso parecer dramática, mas basta observar os resultados destes dez longos anos.
Não tão longe se encontra um dos episódios mais tristes da história tricolor: o rebaixamento.
Logo em seguida veio outra cena que nenhum gremista em sã consciência poderia imaginar: o título da Libertadores do Inter.
Para piorar, os colorados ainda conseguiram o triunfo, que do Brasil são poucos os times que sabem o que é realiza-lo: ser Campão Mundial.
Depois da subida para a série A (lugar que convenhamos o Grêmio jamais deveria ter saido se não fosse fruto de más administrações) veio a série de vices. Em 2007 com o atual técnico da seleção Mano Menezes, o tricolor gaúcho "quase" chegou ao topo da América, se não fosse o Boca Juniors de Riquelme e sua calorosa Bombonera.
Já no ano seguinte, veio o segundo "quase". Com o notável cavalo paraguaio denominado Celso Roth, quase conquistamos o país, em uma das temporadas mais incríveis do Brasileirão de pontos corridos. Mas lá se encontrava o São Paulo, papa tudo desse tipo de competição.
O ano passado se desenrolou quase em branco, se não fosse uma Libertadores para movimentar um pouco o clube da Azenha. Mas a direção errou trocando de técnico durante o torneio,parando assim no plantel cruzeirense. Desta forma,não é preciso nem lembrar os infindáveis GRENAIS, pelos quais o Grêmio se quer existiu.
E cá estamos em 2010.
Em meio a tudo, o Grêmio conseguiu levar sua torcida no início do ano para a Avenida Presidente (tradicional ponto de encontro de torcedores da dupla em campeonatos)para comemorar um humilde Gauchão.Mas quando as coisas não estão boas ninguém tem o direito de exigir muita coisa, não é?
Neste turbulento 2010, ano de Copa do Mundo( que ao meu ver sempre acaba dando um balde de água fria nos times que estão se ajeitando) o Inter está aí. Mais uma vez, seja por força do destino, seja por mérito, seja por sorte, está disputando a semi-final da Libertadores contra o "cagão" São Paulo. Sim, aquele mesmo de 2006, do Rogério Ceni, lembra?
E o pior (depende do ponto de vista de quem está lendo) se passar, o que é provável, já está no Mundial Interclubes.
O que seria pior para o torcedor gremista: ver o maior rival ser bi-campeão mundial ou continuar mais uma década depenado, sofrendo as amarguras de um péssimo planejamento?
Deve-se lembrar que em meio a todo esse temporal de desastres surgiu também uma das coisas mais bunitas que ví durante a minha vida e também nessa (ainda) pequena trajetória acompanhando futebol. Basta olhar para a imagem que ilustra esta postagem.Uma das torcidas mais apaixonadas do país que mesmo vivendo uma década ruim estave sempre lá, sem abandonar nunca o time do azul, preto e branco. Qualquer um teria desistido, mas quem consegue ter razão se o assunto é futebol? Como explicar uma paixão de forma racional?
Que recolham os frangalhos pelo qual está o clube tricolor de Porto Alegre. Que o vento do pampa traga novamente o espírito que o time sempre teve e que lembre que foi com ele que o Grêmio conquistou os episódios mais bonitos de seu caminho.Que se planeje melhor, que tenha raça.
Assim sendo, que venha uma nova década,com arena ou sem, com 11 ou 7 jogadores, mas com mais sorte e futebol que esta que finda em dezembro.
E a torcida? Ah essa sempre estará lá.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010


Gente, as inspirações estão por aqui, me rondando. Mas como quero dar uma atenção especial para elas, agora os deixo com essa linda poesia do Drummond. ALOHA! Chuva de luz e de paz a todos..

''Entre o gasto dezembro e o florido janeiro,
entre a desmistificação e a expectativa,
tornamos a acreditar, a ser bons meninos,
e como bons meninos reclamamos
a graça dos presentes coloridos.
Nossa idade - velho ou moço - pouco importa.
Importa é nos sentirmos vivos
e alvoroçados mais uma vez, e revestidos de beleza,
a exata beleza que vem dos gestos espontâneos
e do profundo instinto de subsistir
enquanto as coisas ao redor se derretem e somem
como nuvens errantes no universo estável.
Prosseguimos. Reinauguramos. Abrimos os olhos gulosos
a um sol diferente que nos acorda para os
descobrimentos.
Esta é a magia do tempo.
Esta é a colheita particular
que se exprime no cálido abraço e no beijo comungante,
no acreditar na vida e na doação de vivê-la
em perpétua procura e perpétua criação.
E já não somos apenas finitos e sós.
Somos uma fraternidade, um território, um país
que começa outra vez no canto do galo de 1º de janeiro
e desenvolve na luz o seu frágil projeto de felicidade.''

Reinauguração - Carlos Drummond de Andrade