terça-feira, 28 de maio de 2013

Súbito. Um tanto sutil a forma como as nuvens se aprochegaram no céu hoje. Cinzas, com um peso perceptível, porem nulo. Que peso as nuvens tem? Ao menos se sabe que elas não são feitas de algodão, como bem diz a música dos Engenheiros do Havaí. Eu também acreditava que eram fofinhas, macias e... de algodão. A inocência nos faz crer em um mundo diferente, um lugar que tem  verdade de sobra, mas nunca falta imaginação.
Mas o nosso mundo, o dos adultos, tem hoje um céu cinza. Passa pela minha vaga percepção, um milhão de pensamentos. Mais que divagações, sentimentos. O porto dos casais, o local onde moro(?), tem no inverno as ruas acinzentadas, gélidas, opacas. Um clima meio "porteño", com o calor humano inconfundível advinda das pessoas, mas uma melancolia tão envolvente quanto uma dança de tango.
Não tem como não perceber. De dia, as pessoas se envolvem em pesados casacos, cachecóis envolvendo os pescoços alheios, andam de um lado para o outro na alucinação de uma cidade grande com jeito provinciano. Porto Alegre...
Que tem, agora nos dias frios, noites com ruas vazias, onde se pode ouvir o sopro do vento gelado. 
Hoje o sol não apareceu. Se escondeu nas nuvens pesadas que anunciam a chuva. O dia ficou mais escuro. E é inevitável não ficar melancólico. 
Aonde estão as cores? 
Andar pelas ruas calmas e, até meio interioranas , que me rodeiam, me faz pensar (e sentir) algo que não sei definir. Talvez uma saudade antecipada. Talvez um desejo de fuga anunciado. Talvez apenas um jeito mais profundo de analise sobre tudo. Talvez...

O porto que é alegre, tem no céu hoje um pingo, ou tantos, de profundidade. A melancolia de um dia cinza. Inconfundível. Inevitável não refletir. Impossível não sentir o cheiro da saudade, que vem de mansinho com a chuva. 

Em direção norte elas se vão, preenchem o que ainda está oco. Devagar quase que sem notar, vemos o que o céu causou no dia. Há quem não enxergue. Cegueira do sistema. Meu dia mudou. Ficou sentimental demais. Talvez nem as cores teriam mexido tanto, embaraçado ainda mais os nós dos significados. Ficou cinza. Apenas um tom.

Aonde estão, afinal as cores?

Por trás das nuvens.. 
Hoje as estrelas não vão brilhar. Nem a lua. Que vazia a noite sem a luz delas.




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